Em Itaúba, no norte de Mato Grosso, o contador de histórias Sérgio Veríssimo Bigu capturou uma cena rara e simbólica. Ele sobrevoou a região e registrou, com precisão e sensibilidade, um casal de araras-canindés empoleirado no topo de um tronco seco. Ele compartilhou a imagem nas redes sociais, que viralizou e emocionou os internautas.
A imagem revela mais do que estética. Ela expõe o comportamento social das araras e reforça a importância de proteger seus habitats. As cores vibrantes e a postura harmoniosa das aves contrastam com o tronco seco, possivelmente resquício do avanço do desmatamento — um retrato da convivência entre vida e perda.
Araras vivem em pares e demonstram afeto
As araras-canindés (Ara ararauna) mantêm uma vida social intensa. Elas formam pares monogâmicos, voam lado a lado, alimentam-se juntas e praticam o “allopreening” — um ato de cuidado mútuo em que uma arruma as penas da outra. Esses gestos fortalecem o vínculo entre o casal e expressam o alto grau de interação social da espécie.
As araras raramente vivem isoladas. Elas se reúnem em grupos que variam de pequenos bandos a concentrações de centenas de indivíduos, especialmente em áreas de alimentação ou descanso. No registro feito por Bigu, o casal simboliza fidelidade e resistência, mesmo em um ambiente aparentemente impactado.
Preservar também significa enxergar
O casal de araras sobre o tronco seco de Itaúba simboliza mais do que beleza. Ele alerta para os riscos que ameaçam a biodiversidade brasileira. Bigu, ao captar esse instante, mostrou que a natureza continua a resistir — mas precisa de apoio.
Preservar exige mais do que iração. Requer ações concretas. A imagem nos chama a enxergar além da beleza e a agir antes que o silêncio tome o lugar do canto das araras.
Perguntas frequentes
Elas vivem em florestas tropicais, savanas e áreas de mata ciliar, principalmente na Amazônia, Cerrado e Pantanal.
Sim. Elas formam casais monogâmicos e mantêm o vínculo por toda a vida.
O desmatamento, o tráfico de animais e a perda de árvores centenárias usadas como ninho.