Uma equipe de biólogos da ONG Condrik Tenerife registrou um momento histórico no dia 26 de janeiro. Eles avistaram um peixe diabo negro (Melanocetus johnsonii) nadando próximo à superfície, em plena luz do dia, a cerca de dois quilômetros da costa de Tenerife, nas Ilhas Canárias. Esse flagra impressionou a comunidade científica porque a espécie vive em águas extremamente profundas, entre 200 e 2 mil metros. O vídeo do registro foi publicado no Instagram da organização em 5 de fevereiro e rapidamente gerou grande interesse.
Peixe "diabo negro" de Procurando Nemo emerge na superfície e intriga cientistas; veja vídeo
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) February 10, 2025
📽️Condrik – Tenerife pic.twitter.com/uqiq1ukE9Q
Peixe raro e suas características únicas
O diabo negro, famoso pelo filme Procurando Nemo, apresenta uma bioluminescência em seu apêndice dorsal. Ele utiliza essa luz para atrair presas em águas onde quase não há luminosidade. Esse recurso é vital para sua sobrevivência nas profundezas. O nome científico do gênero, Melanocetus, que significa “monstro marinho negro”, reflete sua aparência intimidadora. Embora o peixe habite mares tropicais e subtropicais, ele dificilmente é visto próximo à superfície.
Os especialistas ainda não sabem exatamente por que o peixe apareceu em águas rasas. Algumas hipóteses indicam que uma corrente ascendente, uma doença ou até a fuga de um predador possam ter levado o animal até lá.
Pesquisadores levam o peixe para análises detalhadas
Ao notar que o peixe não sobreviveria na superfície, os biólogos decidiram agir. Eles transportaram o animal para o Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), localizado em Santa Cruz de Tenerife. No local, cientistas realizarão estudos para identificar os fatores que causaram o deslocamento do peixe e avaliarão suas condições de saúde.
Esse avistamento destacou a importância de pesquisas contínuas sobre espécies abissais. Muitas delas ainda permanecem como mistérios nos oceanos, exigindo maior esforço de investigação científica.
O peixe vive em grandes profundidades, entre 200 e 2 mil metros, e raramente sobe à superfície.
Ele possui um apêndice dorsal bioluminescente, que atrai presas em seu habitat escuro.
Eles recolheram o peixe e o levaram ao Museu de Natureza e Arqueologia para estudos detalhados.