Polícia Civil de Mato Grosso resgata jovens torturados em Nova Olímpia; veja vídeo

Polícia Civil de Mato Grosso resgata jovens torturados em Nova Olímpia

Na última quinta-feira (7), a Polícia Civil de Mato Grosso conseguiu resgatar dois jovens que estavam sendo brutalmente torturados em uma sessão de “salve”, em Nova Olímpia, cidade localizada a 204 km de Cuiabá. Após uma denúncia anônima, os agentes agiram rapidamente e, assim, localizaram as vítimas em uma área de mata, onde a facção criminosa os mantinha sob constante vigilância e agressões. Segundo a polícia, o grupo planejava executar os jovens em breve, o que reforça a gravidade da situação e a eficácia da ação policial.

O que significa o “salve” no mundo do crime

No meio criminal, o termo “salve” descreve uma prática de punição violenta, aplicada por facções como forma de disciplinar membros que descumpriram o código interno da organização. Além disso, a prática serve como método de intimidação e controle, tanto dos membros quanto da comunidade. Assim, os jovens resgatados, que apresentavam diversas lesões pelo corpo, exemplificam a gravidade e a brutalidade desses “tribunais” organizados pelas facções para impor respeito.

“Tribunais do crime” desafiam o Estado em áreas vulneráveis

Atualmente, o uso de “tribunais do crime” não se limita a Nova Olímpia. Facções em várias regiões do Brasil aplicam essa forma de punição e, dessa maneira, criam um sistema paralelo de “justiça” que desafia o Estado, sobretudo em áreas de maior vulnerabilidade social. Portanto, as facções se aproveitam da ausência de uma presença forte do poder público para estabelecer regras próprias, usando a violência como principal instrumento para consolidar poder. Em razão disso, a prática mantém a população local em estado de medo e silêncio, o que aumenta as dificuldades para as autoridades que tentam combater o crime.

Silêncio das vítimas revela o medo e a pressão das facções

Durante o resgate, os policiais notaram que uma das vítimas usava tornozeleira eletrônica, sugerindo que ela estava sob monitoramento judicial. Apesar dessa informação, ambas as vítimas optaram por não revelar os motivos que as levaram ao “julgamento” interno, o que, de fato, ilustra a forte pressão que as facções exercem sobre seus membros e demais testemunhas.

Diante dos fatos, a Polícia Civil iniciou uma investigação para identificar e capturar todos os envolvidos no ato de tortura. O caso demonstra a importância urgente de fortalecer as ações de combate ao crime organizado em Mato Grosso, principalmente em comunidades vulneráveis, onde o poder paralelo das facções continua a desafiar a segurança pública e a estrutura do Estado.

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